14 de julho de 2010

A cor dos dias II



Às vezes, um pequeno pormenor pode ser uma dor de cabeça.
E uma coisa importante passa-nos ao lado.
E no dia seguinte, damos conta de que fizemos as opções erradas, mas elas já passaram por nós.

Mas, afinal de contas, ninguém sabe como é suposto vivermos, para vivermos correctamente.
E, afinal de outras contas, o que é correcto, não o é para todos. 

A mim, bastava-me que todos tivéssemos uma noção de justiça e que a puséssemos em prática. 
E por vezes, também me bastava saber o que fazer para o fazer bem, mas talvez depois não tivesse aprendido com a dor de bater com a cabeça na parede. 

Eu, como todos os animais, sou um bicho estranho.

9 de julho de 2010

As cores dos dias

Há dias cinzentos e dias às cores.
E dias cinzentos que sabem a salada de frutas.
E dias coloridos que sabem a pó.

Há coisas boas que não sabem a nada,
E problemas da treta que sabem ao fim do mundo.

E no meio disto tudo, cada vez mais respeito o meu cérebro, porque ele é que tem que lidar com tudo isto e dizer-me como reagir. Ou entra em colapso, e deixa-me o corpo sozinho, o que também é um acto inteligente.

E o mundo à minha volta cada vez mais podre, e eu cada vez mais a perder capacidade de o salvar. Ou de o querer salvar.

E as pessoas cada vez mais a precisar de valores, e cada vez mais a rejeitá-los.

E eu sempre perdida nos meus pensamentos, por querer pensar muito e no final dizer pouco.